Investir para prosperar
Início do ano, ainda é tempo de resoluções e apostas. Você já pensou em como vai cuidar do seu dinheiro em 2019?
Neste ano, as mudanças políticas decorrentes da última eleição presidencial e a chegada de uma nova matriz econômica ao país trouxeram otimismo. A Bolsa de Valores brasileira (BM&FBovespa) chegou próxima aos 100 mil pontos. Segundo o assessor de investimentos, professor universitário e sócio-fundador da SAL Investimentos, Jorge Luís Prado, agente da XP Investimentos, alguns efeitos já foram sentidos, mas ainda há muita coisa para acontecer. “É bom lembrar que, para o cenário se consolidar, temos de identificar se o congresso brasileiro estará alinhado com a pauta do governo – reformas e privatizações”, destaca.
De modo geral, é dessa forma otimista que o mercado financeiro está avaliando o início da nova gestão. “Há mais apetite para tomada de risco, mas é muito importante monitorar de perto a evolução da implementação do plano de reformas no Brasil e o ritmo de desaceleração nas economias americanas e chinesas”, pontua a Investment Communication do Itaú, Andrea Masagão Moufarrege, que acredita que no período pós-eleitoral já houve uma retomada da confiança do investidor.
Além deste aspecto, quem está ou pretende ingressar no ramo de investimentos precisará dar atenção à volatilidade do mercado que, além das circunstâncias nacionais, oscila de acordo com o andamento de algumas pautas em torno do globo. “O mundo de investimentos depende das expectativas futuras de juros, inflação, PIB, Selic e dólar, por isso, temos uma variação de ano em ano devido ao cenário econômico”, explica a planejadora financeira CFP (Certified Financial Planner) e sócia da Praisce Capital, Fernanda Alves, agente da XP Investimentos.
Diante desses fatos, uma pergunta poderia valer R$ 1 milhão: “Qual é o melhor investimento? ”. A verdade é que a resposta não é uma simples soma matemática que resulta em um denominador comum. No entanto, não desanime, a proposta aqui é direcionar algumas estratégias para quem deseja cuidar da saúde financeira e buscar rentabilidade. A escolha de qual caminho seguir vai depender se o perfil do investidor é conservador, moderado ou arrojado, quais os valores e a finalidade de investimento do dinheiro, podendo ser a curto, médio e longo prazos.
POR ONDE COMEÇAR
Com a experiência de mais de 10 anos no mercado financeiro, a orientação da Fernanda é que, em primeiro lugar, exista uma reflexão sobre alguns aspectos. “Coloque em ordem de prioridade, o que é mais importante para você: segurança, rentabilidade ou liquidez”, orienta.
Para quem prioriza, acima de tudo, a segurança, o perfil seria de uma pessoa mais conservadora, para a qual há algumas opções melhores em termos de rentabilidade do que a tradicional poupança. Entre elas, os CDBs (Certificado de Depósito Bancário) de bancos médios que pagam de 105% a 120% do CDI (Certificados de Depósito Interbancário) e possuem garantias do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) por CPF até o limite de R$ 1.000.000,00 por investidor. Além disso, esses CDBs também podem ter taxas pré-fixadas ou atreladas à inflação, o que é ótimo no momento atual.
Outra oportunidade seriam os fundos de investimento de renda fixa com gestores competentes para que sejam feitas boas escolhas de investimentos. “É possível encontrar em corretoras, fundos de renda fixa com liquidez em até dois, cinco ou 15 dias com rentabilidades de 110% ou 115% CDI”, destaca a planejadora financeira.
E, ainda, há as debêntures de empresas de primeira linha, com rating tão sólido quanto a dos grandes bancos, favorecidos pelo benefício da isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas, em algumas emissões.
A pergunta seguinte do investidor certamente será em relação aos valores. Prado considera que, em grande maioria, o brasileiro tem o hábito de poupar pouco, quando, e o que, sobra. E diz que precisamos de maior atenção nesse campo, não só na questão de economizar, mas também aprender a investir. “Uma pessoa que se disponha a guardar R$ 100,00 por mês terá em 5 anos, R$ 7.717,00, considerando uma taxa anual de 10% ao ano. Parece pouco, mas segundo o relatório do FGC, quase 90% da população brasileira não possui uma reserva superior a R$ 5.000,00”, destaca.
Outro ponto de atenção, de acordo com a avaliação do agente, é que além do valor guardado, a importância está na regularidade com que os investimentos são realizados. Para quem já possui um valor considerável, a dica é expandir as apostas. “Caso o investidor tenha recursos superiores a R$ 250 mil, é recomendado que divida o montante em 2 ou mais emissores de diferentes conglomerados”, sugere Prado.
AMPARO ESPECIALIZADO
Principalmente para quem almeja aproveitar boas oportunidades e ter ajuda e orientação, a busca por uma corretora de investimentos é um caminho a ser trilhado. Isso porque pode encontrar maior variedade de produtos financeiros, do conservador ao arrojado, seguindo o caminho da diversificação e com um assessor que caminha com o investidor no longo prazo, é o que sugere a sócia da Praisce Capital.
Assertividade é tudo nesse meio e, como diz o ditado, tempo é dinheiro nesse caso. De acordo com Padro, o desconhecimento, desinteresse e comodismo em procurar novas alternativas de investimentos pode custar muito caro ao longo do tempo. “Quem tinha uma reserva financeira de 100 salários no dia 1º janeiro de 2001, tinha um valor equivalente a R$ 15.100. Se esse investidor deixou aplicado esse recurso até o dia 1º de janeiro de 2019, isto é, por um período de 18 anos teria resgatado os seguintes valores: caderneta de poupança = R$ 58.401,67; CDBs de grandes bancos = R$ 88.172,68; CDBs de corretoras = R$ R$ 213.004,53”.
Se ainda ficarem dúvidas sobre o porquê de a poupança não possuir a tão sonhada rentabilidade, a Andrea explica. “Quando a taxa de juros (Selic) estiver acima de 8,5% a.a., o rendimento da poupança será fixo em 0,5% ao mês mais uma taxa referencial TR que fechou em 0,0% em 2018. Quando a taxa de juros (Selic) estiver abaixo de 8,5%, o rendimento da poupança será de 70% da Selic + TR. Atualmente, a Selic está em 6,5%, assim o rendimento da poupança está esperado em torno de 4,5% a.a”. Em resumo, uma diferença e possibilidade de lucro de R$ 125 mil, ou seja, comece a fazer as contas e determinar quais serão suas apostas, lembrando-se sempre de estabelecer metas seja para utilizar o recurso na compra de um imóvel, carro, ou para aposentadoria.