Covid: 14% dos brasileiros não foram tomar a segunda dose

Segunda dose
(Foto: Américo Antonio/Sesa)

Dados apontam que 14% dos brasileiros não forma tomar a segunda dose da vacina quando chegou sua vez

Dados atualizados pelo Ministério da Saúde na última sexta-feira (20) indicam que mais de 8,5 milhões de brasileiros não retornaram às Unidades de Saúde para receber a segunda dose da vacina contra a Covid-19, apesar de já terem sido convocados. O número representa 14% dos 61,4 milhões de brasileiros que já teriam foram chamadas para completar sua imunização. Até sexta-feira, 52,9 milhões de pessoas já tinham recebido duas doses ou dose única da vacina.

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O Ministério da Saúde lembra que é apenas com a segunda dose que o paciente tem uma resposta imune completa na produção de anticorpos contra o vírus. “O risco de apresentar formas graves pela Covid-19, após a segunda dose, se reduz significativamente. Então, completar o esquema vacinal é extremamente importante. Lembrando que as vacinas não protegem apenas o vacinado, mas também as pessoas ao seu redor. Então, vacinar-se é ato individual de proteção, mas também coletivo. É um ato que todos saem ganhando”, salienta o médico infectologista, mestre em medicina tropical e saúde internacional, Victor Bertollo, consultor técnico do Programa Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde.

Segunda dose garante proteção completa

Dados do Ministério mostram que a primeira dose da AstraZeneca, Pfizer e Janssen já possuem uma boa eficácia para formas graves da doença. Porém, a segunda dose promove um aumento significativo da resposta imune, aumento da proteção para formas graves e apenas após a segunda dose se tem proteção, também para formas leves, o que é importante para reduzir a transmissão. O aumento da resposta imune após a segunda dose tende também a aumentar a duração da proteção que aquela pessoa vai ter após a vacinação. No caso da Coronavac, a eficácia alcançada nos testes clínicos só se dá após a segunda dose. Por isso o intervalo para a aplicação das doses desse imunizante é bem menor que as demais (28 dias, ante 90 dias).

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez um apelo para que as pessoas não deixem seu esquema vacinal incompleto e lembrou que todos os agentes imunizantes disponíveis no PNI são extremamente eficazes, efetivos e aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. “Tenho me portado de maneira absolutamente isonômica em relação aos quatro imunizantes que estão disponíveis aos brasileiros. Já avançamos muito na vacinação, mas precisamos do apoio de quem ainda não foi receber a segunda dose, que compareça ao posto de vacinação. Assim, vamos poder avançar ainda mais”, contou o ministro.

Efeitos colaterais afastam brasileiros da vacinação

Entre os motivos de a população não retornar ao posto para tomar a segunda dose estão os efeitos colaterais relatados. Há quem tenha sentido sintomas como dores de cabeça e no corpo, febre, ou qualquer outro desconforto. Mas especialistas garantem que os efeitos da segunda dose são mais leves e autolimitados.

“A ocorrência de eventos adversos não impede que a pessoa receba a segunda dose. Apenas alguns eventos adversos muito específicos, que são bastante raros, de fato contraindicam doses adicionais das vacinas. Para algumas vacinas, como AstraZeneca e Coronavac, a tendência é que as reações sejam mais leves na segunda aplicação. Para a vacina Pfizer, especificamente, ela tem um pouco mais de reação adversa na segunda dose, mas ainda assim são eventos leves e autolimitados”, contou Bertollo.

A chegada da variante Delta, que fez aumentar o número de casos de Covid-19 em todas as regiões do país, depois de um grande decréscimo com o avanço da vacinação, aumenta a preocupação das autoridades em saúde com as pessoas que estão deixando de se vacinar. A variante é mais contagiosa, com maior capacidade de reprodução e pode ser transmitida mesmo por pessoas vacinadas. O risco de agravamento da doença para quem a contrai e já está com a imunização completa, no entanto, cai drasticamente.

Todos os agentes imunizantes disponíveis para aplicação no Brasil (Coronavac, Atrazeneca, Pfizer e Janssen) já se revelaram, em estudos clínicos, eficazes contra a Delta, principalmente nas formas mais graves da doença. As vacinas também possuem eficácia para as outras variantes, como a Alfa, Beta e a Gama. “Mesmo vacinada, a pessoa ainda corre o risco se infectar com a variante Delta, mas a tendência é que ela tenha a forma mais leve da doença. As vacinas reduzem muito o risco de a pessoa ter a forma mais grave da doença e vir a precisar ser internada, precisar de UTI ou mesmo morrer pela a Covid-19”, destaca o médico.

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