Envio de resultados de exames via RES começou em agosto e já reúne seis laboratórios do Paraná; benefícios atingem clientes e cooperados.
Você já pensou sobre como seria benéfico ter acesso a indicadores que mostrem tendências de saúde, como o aumento dos casos de diabete em pontos focais da cidade ou em uma faixa etária específica? Com esses dados, seria possível promover campanhas direcionadas e, mais ainda: monitorar de perto pacientes, evitando assim agravamento do quadro de saúde. Entre outras, essa é uma das vantagens do envio de exames pelo RES, implantado recentemente pela área da T.I. da Unimed Paraná.
A importância de um sistema integrado de monitoramento se mostrou ainda maior durante 2020, quando a Covid-19 se instalou no mundo. Propagada de forma rápida e, principalmente, por meio de contatos próximos, a doença poderia ser mais facilmente controlada se houvesse um acesso único às condições de saúde individuais da população. Ou seja, poder rastrear o caminho que a doença percorre e, assim, intercepta-la de forma mais ágil.
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Essa é uma das facilidades promovidas pela implementação realizada pela Federação e que passou a ser utilizada a partir de agosto de 2020, em que os resultados dos exames são enviados pelos laboratórios para a Unimed, processados e disponibilizados via RES. O processo acontece de maneira anônima, ou seja, a operadora não tem acesso ao nome do beneficiário, mantendo assim a confidencialidade. “Até hoje não temos essa cultura de a Unimed ter acesso ao resultado. Em geral, os laboratórios mandam diretamente para o beneficiário e, por consequência, o beneficiário leva ao médico. Então, apesar de ser uma instituição de saúde, não tínhamos acesso às informações de saúde da nossa carteira”, pontua a gerente de Operações de TI, Cristina Leal de Castro.
Como funciona a transmissão de resultados
A profissional explica que essa ponte entre laboratório, Unimed e RES é feita por meio de um barramento, ou um “tradutor”, como define. “Os laboratórios e prestadores enviam os dados e esse barramento pegas as informações e coloca em um formato que é mais complexo, da Unimed Brasil, que envia os dados para o RES”, detalha. “Esse barramento que está no meio do processo facilitou e possibilitou esse envio de dados pelo RES”.
Para que o envio de dados de resultados de exames para o RES seja possível, é necessário realizar uma negociação com os laboratórios sitiados na área de atuação da Singular e, em seguida, realizar a adequação dos softwares desses laboratórios. “Procuramos criar todo um ambiente que favorecesse e viabilizasse envio, então criamos um termo que os laboratórios assinam, junto conosco e com a Singular, se comprometendo a enviar os dados para o RES”, diz.
De acordo com Cristina, após as negociações, a Federação custeia as adequações que os fornecedores dos softwares precisam realizar para que o envio aconteça. “Teve todo um envolvimento e empenho do nosso diretor de Desenvolvimento e Inovação, William Procópio dos Santos, no sentido de envolver a nossa área para fazer as negociações com os laboratórios. O próprio diretor promoveu um acordo com a Associação dos Laboratórios de Análises e Patologia Clínica, Anatomia e Citologia do Paraná (Alapar), para que apoiasse a Federação e os laboratórios”. A Unimed Paraná foi a primeira do país a realizar tal implementação.
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Para o diretor de Inovação e Desenvolvimento, esse avanço é o resultado do esforço conjunto, que contou com o apoio da Unimed Brasil por meio do chefe de equipe do projeto, Luis Colombo. “Só uma entidade pública, ou uma cooperativa, que é um sistema de conexão, que integra um grande ecossistema de informação com entidades da área de saúde, hospitais e prestadores, poderia atingir tais resultados. Isso se deve a três fatores: um projeto bem gerenciado, o momento que as pessoas estão mais atentas à necessidade de ter qualidade nos dados para gerenciar melhor a saúde, e a insistência no trabalho”, diz.
Benefícios da implementação
Além da possibilidade de traçar, por exemplo, um perfil epidemiológico com base nas informações recebidas, o envio dos resultados de exames pelo RES possibilita que o médico tenha um acesso facilitado às condições de saúde do seu paciente. Dessa forma, evita-se a repetição desnecessária de exames, uma vez que é possível visualizar resultados anteriores e de outras especialidades. “Com o consentimento prévio do beneficiário, o médico vai ter acesso a todos os seus resultados dos exames, mesmo os que foram solicitados por outro profissional. Assim, pode dar um diagnóstico mais assertivo”, diz. “Além disso, o beneficiário também tem a comodidade de visualizar esse resultado por meio do app de clientes”.
Por meio da ferramenta, a Unimed, por sua vez, tem acesso aos dados não nominados, mas de forma agrupada. “Assim é possível saber como está a carteira em relação a doenças crônicas, saber quantos diabéticos ou hipertensos estamos tratando, por exemplo. Com essas informações, as ações certamente serão mais assertivas e os programas de gerenciamento ainda mais eficazes”, completa Cristina.
Atuação e proteção de dados
O colaborador Éttore Barreto, que atua no projeto, explica que, até o momento, seis laboratórios – intermediados por quatro Singulares – já estão enviando os resultados via RES. “Já foram transmitidos, desde então, 500 mil resultados. É uma média de 20 a 25 mil resultados por dia, considerando que recebemos dados 24h por dia, sete dias da semana”, detalha. O profissional frisa que todos os dados são transmitidos de forma anônima, sendo disponibilizados para o próprio beneficiário e para o médico mediante uma autorização do cliente. “Temos um termo de consentimento do beneficiário autorizando essa disponibilização. Esse aceite pode ser feito, inclusive, via app para os beneficiários de Singulares que já implementaram o sistema”, finaliza.