A importância de usar o passado para evoluir e conquistar o futuro
Quando falamos sobre transformação, a primeira ação em que pensamos é “mudar”. Afinal, como é possível alterar atitudes, operações e estratégias se não for por meio da mudança? “Falamos muito sobre a dificuldade de execução das ideias. E a execução é culpa da cultura, que foi forjada em um cenário estável e previsível, e no qual fizemos muito sucesso. É muito difícil mudar a cultura de uma empresa muito bem-sucedida. Afinal, para quê mudar se sempre deu certo?”, provocou o presidente da consultoria Thymus, Ricardo Guimarães, na palestra de encerramento do Fórum Estratégico Unimed, em Foz do Iguaçu.
Conforme o consultor, a dificuldade de mudar está relacionada com o vício do nosso cérebro em conservar as antigas atitudes. “Existe a máxima de que não há necessidade de ‘mexer em time que está ganhando’. Porém, hoje, isso não existe mais… para o time continuar ganhando, ele precisa mudar”, exemplificou, ao reforçar que a cultura é composta por artefatos, sistemas, ritos, atitudes e comportamentos. “A dificuldade ocorre quando falta confiança para desobstruir esse sistema cultural e inovar. E essa confiança, no caso da Unimed, virá pelo estudo de cada cooperativa, cada cultura”.
Por esse motivo, pontuou Guimarães, precisamos falar sobre evolução cultural. “A mudança, muitas vezes, faz com que a pessoa se sinta em risco. Pois o que ela sabe a trouxe até aqui, e a mudança fará com que ela não saiba mais como agir, e isso traz insegurança. Por isso, devemos falar sobre a evolução, que é um acúmulo de competências”, definiu. Dessa forma, o consultor reforçou o papel da Unimed de evoluir, considerando seu passado de sucesso, mas com o pensamento à frente, focado em um sistema aberto, sinérgico, voltado ao aprendizado.
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E, para evoluir, Guimarães lembrou da importância de manter a mente aberta e buscar a diversidade, pois é ela quem promove a riqueza dos debates. “A diversidade traz inovação e gera um fluxo de informações e ideias. É um artigo intangível que a Unimed tem nas mãos e, muitas vezes, não explora da forma devida”, disse, ao destacar a presença nacional da cooperativa – repleta de singularidades. “Não estamos anulando conquistas já feitas, mas sim acumulando competências para conquistar ainda mais”.
O consultor reforçou, ainda, o papel da cooperativa – trazido por outros palestrantes -, no que diz respeito à relação com o médico-cooperado. “Temos o vício de falar que o papel da cooperativa é dar trabalho para o médico, o que é uma meia verdade. A cooperativa é, na realidade, um instrumento para o médico cumprir a vocação dele, do cuidado à saúde. Se começarmos a ver dessa maneira, não haverá mais o conflito entre cuidado ao cooperado ou ao beneficiário”, complementou.
Por fim, Guimarães provocou os dirigentes a algumas reflexões. Entre elas, quais as providências necessárias a serem tomadas individualmente e que serão priorizadas em cada cooperativa; e quais atitudes que o Sistema Unimed deveria tomar frente aos principais desafios estratégicos. Foram pontuados também temas como a escuta mais ativa em relação aos jovens médicos, principalmente dos novos líderes, a importância de intercooperação interna e a necessidade de buscar-se mais sinergia e agilidade no processo decisório.
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