Preços competitivos, centralização de serviços, maior controle da qualidade do atendimento prestado, aumento da rede própria, praticidade para os beneficiários — esses são alguns dos benefícios da verticalização, considerada como o futuro da saúde suplementar, estratégia adotada por Singulares do Sistema Unimed Paranaense para driblar os diversos desafios que vêm sendo enfrentados pelo setor.
Como mostrado na edição 71 da Revista Ampla, o investimento em recursos próprios que possibilitem a verticalização tem rendido bons frutos tanto para as Singulares, como para a comunidade local, que agora conta com um Sistema de Saúde mais eficiente, humanizado e moderno.
Veja a primeira parte da reportagem: Unimeds geram valor e impactam sociedade com investimentos em recursos próprios
Para o diretor da Unimed Norte do Paraná, Evandro Bazan de Carvalho, o benefício é para todos que compõem o sistema de saúde suplementar. Para os médicos-cooperados, a existência de recursos próprios significa uma ampliação na gama de serviços em um ambiente de respeito profissional e com ênfase na qualidade. Para os beneficiários, isso se traduz em mais segurança e acolhimento. Já para a marca Unimed, reforça a confiabilidade e a capacidade de atendimento.
Carvalho ainda destaca a importância de recursos próprios para o Norte do Paraná. Segundo ele, por meio de suas unidades próprias, a Singular consegue entregar um atendimento de alta qualidade aos seus clientes, o que aumenta a confiança na cooperativa como um todo. Ele ressalta que cerca de 80% dos atendimentos hospitalares na área de ação da unidade são realizados no Hospital Norte do Paraná.
“Além dos inúmeros benefícios, também conseguimos reduzir os atendimentos fora da nossa área de ação direta. Para a região, hoje, o hospital funciona como referência em atendimentos. A construção de um hospital próprio foi de extrema importância para nós, especialmente pelos custos evitados e o controle da qualidade da assistência ofertada”, explica. E complementa: para o futuro, a Unimed Norte do Paraná planeja também um centro de Oncologia.
Na vanguarda
A verticalização não é algo novo dentro do Sistema Unimed. Um dos recursos próprios mais antigos do Sistema Unimed do Paraná é o Hospital Geral Unimed (HGU), em Ponta Grossa. Fundado em 2007, é o único dos Campos Gerais a contar com selo de excelência pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), conquistado em 2021.
A primeira acreditação do HGU aconteceu em 2013, quando o hospital recebeu, oficialmente, o certificado de Acreditação Nível 1, homologado pela ONA. A certificação nível 2 – Pleno – veio em 2019. Dentro das exigências que compõem esse nível, estão os itens relacionados ao atendimento de padrões de qualidade e de segurança e os padrões de gestão integrada, que incluem integração de processos e comunicação fluida.
A acreditação na área da saúde é sinônimo de segurança para o paciente. Utilizada mundialmente, a metodologia certifica a qualidade do atendimento e gestão de instituições de saúde, porém sua adesão é voluntária, já que a ONA não tem caráter de fiscalização e não é prescritiva. Com os avanços nos degraus de acreditação, o hospital tem como intuito reforçar a filosofia do Jeito de Cuidar Unimed, alinhado à preservação da segurança do paciente e do atendimento humanizado.
O HGU conta com sete salas cirúrgicas, onde se realizam cirurgias de pequeno, médio e grande portes, como cardiológicas, neurológicas e vasculares, totalizando cerca de 800 procedimentos por mês. Segundo Pedro Moyses Soares Jacintho, diretor-presidente da Unimed Ponta Grossa, é constante a reavaliação da necessidade de aumento dos serviços oferecidos. Do mesmo modo, a cooperativa está atenta às novas tecnologias e alternativas de tratamento, buscando oferecer o melhor aos beneficiários Unimed. “A cooperativa não perde o foco na melhoria contínua do atendimento”, conclui Jacintho.
Investimento local
Outra Singular que investe em recursos próprios há bastante tempo é a Unimed Paranavaí. O hospital da unidade, adquirido em junho de 2008, foi estabelecido em resposta à insuficiência de estrutura assistencial na região. Segundo a gerente de recursos próprios da Singular, Lorena Torres Vendramin, o hospital tem investido em estrutura, em qualificação médica e na equipe de profissionais para garantir qualidade e eficiência no atendimento. Ainda, colabora com a comunidade local ao gerar oportunidades de emprego para a cidade e região e ao oferecer uma equipe multidisciplinar, dedicada a otimizar o tratamento e promover o bem-estar do cliente.
A Unimed Paranavaí tem 25 leitos de internação, salas de urgência e emergência, três salas cirúrgicas, pronto-atendimento 24h de clínica médica e pronto-atendimento de pediatria. Além disso, a Singular conta com um Centro de Oncologia, integrado com os demais serviços da Unimed e em funcionamento desde janeiro de 2015.
Para alcançar tal qualidade de serviço, a gerente reforça a importância dos recursos próprios: “Eles agilizam e aperfeiçoam os serviços continuamente e oferecem qualidade no atendimento. Além de amenizarem gastos desnecessários com a contratação de terceirizados e proporcionarem um atendimento diferenciado ao cliente”, reflete.
Verticalização e seus desafios
Além de todos os benefícios para médicos e beneficiários, os recursos próprios também são importantes para a credibilidade e o posicionamento da marca Unimed, segundo o diretor-presidente da Unimed Vale do Piquiri, Sergio Morozowski. A estratégia tem reflexos positivos para todos os cooperados ao “abrir a oportunidade de ter estrutura hospitalar e serviços complementares guiada pelo apreço à qualidade e à segurança, com ganhos associados”, reflete o diretor.
No Vale do Piquiri, a verticalização foi uma solução viável para um problema anterior, como explica Morozowski: “Tínhamos duas estruturas hospitalares subutilizadas e dependentes do SUS, com pouca oportunidade de investimento.” A ideia, então, foi criar uma única unidade hospitalar com um grupo médico a fim de reduzir os custos, melhorar o gerenciamento e aumentar a capacidade de investimentos.
O resultado foi a melhoria nas instalações, a criação do centro de imagem, maior qualidade da atenção primária aos usuários, consolidação econômica e a manutenção permanente do investimento. “Até o momento, vemos como uma decisão assertiva”, considera.
No entanto, a verticalização não pode ser vista como uma solução geral, alerta o diretor: “Algumas particularidades locais e o desafio da adesão dos cooperados podem impedir bons resultados. A percepção de investir em hospitais parece boa para a marca, mas requer operacionalização administrativa complexa, eficiência para alcançar a almejada redução de custos e atenção ao modelo econômico escolhido do investimento, que pode acarretar a redução de reservas. São riscos permanentes. São muitos os desafios, mas não faltará oportunidade de sucesso.”
Além dos hospitais citados nesta edição e na edição 71, há, ainda, o hospital próprio da Unimed Campo Mourão, que conta com hospital-dia, atenção domiciliar, serviço de quimioterapia e serviço de remoção, além de um hospital- geral de oncologia. Há, também, a Unimed Maringá, que tem um hospital ativo com serviço de oncologia, pronto -atendimento, núcleo de atenção à saúde, entre outros – e também está construindo outro hospital. No total, o Sistema Unimed Paranaense conta com nove hospitais próprios e três em construção.
