Educação política – um valor a ser compreendido

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Divulgação/Ocepar/OCB

“O castigo dos bons que não fazem política é serem governados pelos maus”, Platão. Saiba mais sobre o Programa de Educação Política da OCB

Se você é do tipo que acha que política não presta, que só atrapalha, saiba que, queiramos ou não, ela define boa parte da nossa vida, a forma como vivemos e convivemos. Portanto, abrir mão da política, implica sim, uma escolha política. Significa deixar a terceiros a escolha que nos caberia. É esse o sentido amplo da fala do filósofo grego Platão (428/27 a 348/47 a.C.): “O castigo dos bons que não fazem política é serem governados pelos maus”.

Quem abre mão de sua responsabilidade em termos políticos será governado, na maioria das vezes, pelas ideias daqueles que não abrem mão. Se forem boas e concordantes com as suas ideias, tudo bem. E se forem muito discrepantes? E se forem contra aquilo que você acredita e acha justo? Poderá sempre haver a chance de se pactuar determinadas situações. Num jogo democrático, isso é normal. Uma hora vencem nossas ideias, noutras, não. Porém, quando você, simplesmente, abre mão, a margem de negociação fica reduzida.

Política, do grego polítikos, significa algo relacionado a grupos sociais que integram a Pólis. Diz respeito à organização, direção e administração de nações ou Estados. Polítikos pode ser descrita como a (difícil) arte de entender e saber posicionar-se na comunidade na qual se está inserido. Alguns a classificam como a arte da negociação. Aristóteles (384 a 322 a.C.), em seu livro Ética a Nicômaco, fala de política como a ciência da felicidade, subdividida em duas partes: a ética e a política, propriamente dita. Isso porque “a felicidade humana consistiria em uma certa maneira de viver, e a vida de um homem é o resultado do meio em que ele existe, das leis, dos costumes e das instituições adotada pela comunidade à qual ele pertence” (Mario da Gama Kury, apresentação do livro Política, de Aristóteles). O quanto isso soa atual, não?

Pensando o quanto a educação política é importante, uma nova versão do Programa de Educação Política para o Cooperativismo foi implantada no Paraná, neste 2022, uma realização da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) e da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar). “Em 2018, foi o início do Projeto. Neste ano, o programa está sendo ampliado e aperfeiçoado.

A expectativa da Ocepar é unir em torno do Programa, no Paraná, mais de 2 milhões de paranaenses, com o trabalho direto de multiplicadores regionais que representam as 222 cooperativas registradas na entidade”, explica José Roberto Ricken, presidente do Sistema Ocepar.

Indicados pelas cooperativas, “os multiplicadores são profissionais que estão sendo capacitados em oficinas nas quais recebem treinamento em temas como cidadania e participação, sistemas político e eleitoral, engajamento e liderança ativa, o papel das políticas públicas, voz e protagonismo e ações práticas”, aduz o presidente. Ele explica que a missão da Ocepar nesse projeto é “conscientizar sobre a importância do voto, disseminar a educação política junto aos cooperativistas do Paraná, contribuindo para o engajamento e a valorização de ações que vão ao encontro do espírito cooperativista”. Uma dessas ações é a da Frencoop (Frente Parlamentar do Cooperativismo) no Congresso Nacional. Tudo isso, “observando-se a neutralidade partidária e ideológica, premissa essencial da Frencoop”, frisa.

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A Frencoop existe desde 1986 e agrupa 253 deputados federais e 37 senadores, de diferentes partidos, identificados com o movimento cooperativista do país, dos quais, 20 deputados e três senadores do Paraná. Um trabalho que tem sido fundamental para garantir marcos regulatórios adequados ao setor, com seus sete ramos principais (agropecuário, consumo, crédito, infraestrutura, saúde, trabalho, produção de bens e serviços, e transporte). Marcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB, lembra que o movimento cooperativista é propulsor econômico e social, portanto, é legítima a mobilização política para que o setor tenha voz e protagonismo nas decisões nacionais.

“O cooperativismo agrega 17,2 milhões de cooperados no Brasil. Se somados a familiares, são cerca de 50 milhões de pessoas, 25% da população do país, com ligações econômica e social diretas com o setor. O faturamento das 4,8 mil cooperativas brasileiras é superior a R$ 600 bilhões, e elas geram 450 mil empregos diretos”, destaca Freitas. Para ele, tanta pujança exige uma representação institucional a altura.

Segundo Fabíola Nader Motta, gerente-geral da OCB, os eixos de atuação do Programa de Educação Política se fundamentam em cinco propósitos: propostas para um Brasil mais cooperativo, boas práticas de como atuamos no processo eleitoral, comunicação e mobilização digital, prestação de contas e atuação de parlamentares, engajamento, participação e representação cooperativista.

Para a advogada Daniely Andressa da Silva, coordenadora de Relações Parlamentares da Ocepar, as premissas que norteiam as ações do programa de educação política da entidade no Paraná pautam-se em um trabalho que exige o envolvimento não apenas da Ocepar e da OCB, mas das cooperativas de modo geral. “Tem como fundamentos a integridade, a legalidade e os princípios democráticos, a difusão de informações com fontes fidedignas e verificadas pelas equipes institucionais, valorização das ações de representação e o compromisso de compor a Frencoop”.

Programa de Educação Política para o Cooperativismo Brasileiro

Objetivos

  • Fomentar a conscientização, o engajamento e a participação política do cooperativismo brasileiro e potencializar a sua representação político-institucional
  • Impulsionar a eleição e reeleição de candidatos comprometidos com o cooperativismo e fomentar o engajamento político de jovens, mulheres e demais lideranças cooperativistas
  • Conscientizar as cooperativas sobre o impacto das políticas públicas para os negócios
  • Transparência e prestação de contas na atuação do Sistema OCB e Frencoop
  • Ampliar a participação do cooperativismo na construção de propostas aos presidenciáveis

Eixos de atuação

  • Proposta para um Brasil mais cooperativo
  • Boas práticas de atuação no processo eleitoral
  • Comunicação e mobilização digital
  • Prestação de contas da atuação de parlamentares
  • Engajamento, participação e representação cooperativista

Saiba mais: Programa de Educação Política

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