O futuro da inovação dentro da Unimed Paraná

futuro da inovação
reprodução/Freepik

O futuro também é hoje: projetos de inovação premiados no Programa Ideia em Ação recebem apoio para serem implementados nas áreas

Fomentar a inovação dentro de todos os setores da cooperativa é um dos objetivos da Unimed Paraná. Nos últimos anos, a Federação realizou diferentes ações voltadas ao tema, como palestras, workshops e treinamentos, além de dois ciclos de sucesso do Programa Ideia em Ação. Em 2020 e 2021, quatro ideias inovadoras foram premiadas e, agora, trilham um caminho de aperfeiçoamento para serem implementadas nas respectivas áreas.

Com o intuito de fomentar iniciativas que resultassem em melhorias ligadas ao relacionamento com stakeholders, à gestão em saúde e aos resultados obtidos interna e externamente, os colaboradores puderam inscrever de forma voluntária, em ambos os ciclos, ideias para transformar ou instaurar novos processos dentro da cooperativa. Tais ideias foram selecionadas com critérios baseados em inovação, público beneficiado, coerência e viabilidade e, dentro do Programa, foram amadurecidas com o apoio de mentorias ministradas por agentes de inovação e parceiros externos. Ao final de cada ciclo, duas ideias foram premiadas em primeiro e segundo lugar, destacando o comprometimento e entrega dos colaboradores envolvidos.

Assessor de Inovação da Unimed Paraná, Luiz Gustavo Comeli, fala sobre o futuro da inovação da Federação
Divulgação/Unimed Paraná

O assessor de Inovação da Unimed Paraná, Luiz Gustavo Comeli, explica que, após a seleção e premiação dessas ideias, o trabalho não para. Isso, pois, os projetos muitas vezes ainda precisam ser aperfeiçoados e testados antes de passarem para a fase de implementação nas respectivas áreas. “A diretoria analisa os projetos vencedores e entende quais, naquele momento, são importantes estrategicamente para a cooperativa. Assim, com o apoio do escritório de projetos e do Núcleo de Inteligência e Inovações em Saúde (NIIS), as melhorias são refinadas, até que o processo esteja pronto para ser absorvido pela área”, detalha.

Conforme o assessor, o prazo de monitoramento não é fixo, e varia devido às especificações e complexidade da ideia. “Cada projeto é um projeto, ou seja, tem um tempo de acompanhamento junto ao escritório e ao NIIS. A liberação, por sua vez, acontece em um alinhamento entre o apoio e a diretoria. Quando o projeto está maduro o suficiente para se tornar um processo, e ser administrado pela área, ele é liberado”. De acordo com Comeli, esse monitoramento estratégico garante mais assertividade, evitando que projetos ainda em fase inicial sejam implementados precocemente.

As ideias vencedoras

Em relação aos projetos vencedores dos ciclos já realizados do Programa Ideia em Ação, o assessor conta que dois foram selecionados pela diretoria para continuar. “Um deles é um projeto que busca a otimização no processo de liberação via app. Essa ideia avançou bastante e passou a ser desenvolvida no segundo semestre do ano passado e, no início de 2022, começou a ser implementada”, destaca. Mesmo em uma fase mais avançada, o projeto segue sendo monitorado pelo escritório.

O segundo projeto está voltado à criação de um algoritmo que possibilite o diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro Autista (TEA), chamado de Projeto Sinais. “Esse algoritmo se baseia em alguns fatores de risco recorrentes, captados a partir de exames, consultas, entre outras questões de saúde. O projeto já avançou bastante e recebe o apoio de diferentes áreas da Federação, inclusive do NIIS e do monitoramento do escritório de projeto”, comenta.

E o futuro da inovação na Unimed Paraná?

Um novo ciclo do Programa Ideia em Ação está sendo desenhado para acontecer ainda em 2022, segundo Comeli. Para este ano, porém, a intenção é que o projeto seja mais complexo do que as duas últimas edições, com maior tempo de duração e acompanhamento das ideias propostas, inclusive com base em modelos de mercado, como o Produto Mínimo Viável (MVP, em inglês). “O objetivo é esmiuçar as ideias, treinar as equipes e aperfeiçoar ao máximo os projetos selecionados, oportunizando que novas melhorias sejam implementadas em diferentes áreas da cooperativa”, finalizou.

Projeto Sinais visa à implementação de uma linha de cuidado para crianças com TEA

Luciana e Eduardo, colaboradores da Unimed Paraná, falam sobre como o projeto lá em 2020 participa, hoje, do futuro da inovação na cooperativa
Divulgação/Unimed Paraná

Segundo as evidências científicas mais recentes, quanto mais cedo ocorre o diagnóstico de uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA), maiores são as chances de definir um tratamento correto e melhorar o desenvolvimento e a qualidade de vida do indivíduo em questão. 

Foi para atender essa necessidade que dois colaboradores da Unimed Paraná idealizaram o projeto Sinais, que consiste na criação de uma linha de cuidado para observar possíveis sinais precoces indicativos do autismo.

Luciana Biacchi Bond Honaiser Bastos, analista das Terapias Especiais, e Eduardo Röcker Ramos, analista de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS), são os responsáveis pela criação do projeto, que foi um dos vencedores da edição 2020 do Programa Ideia em Ação da Federação.

A partir dessa análise feita por meio de alguns fatores de risco, uma intervenção antecipada poderá ser feita nesses casos. Luciana conta que, assim que começou a divulgação do programa para a criação de ideias inovadoras, ela compartilhou sua opinião com o colega, que na época fazia parte da mesma equipe.

“Passei para ele que eu tinha uma angústia em relação às crianças que estavam iniciando o tratamento com o diagnóstico tardio, principalmente as que nasceram por meio do nosso plano de saúde”, explica. A partir daí, eles iniciaram um estudo e observaram que, somente naquele ano (2020), foram diagnosticados 100 novos casos de crianças na carteira da Federação com média de idade de dois anos e meio. “Começamos a coletar dados e publicações sobre a intervenção precoce e o impacto positivo que ela pode representar na evolução dessas crianças”, esclarece a analista de Terapias Especiais.

O projeto

Ramos relata que nesses últimos dois anos, eles continuaram com pesquisas, já contando com o apoio de outras equipes da Federação, como é o caso das equipes responsáveis pelos programas de gerenciamento de gestantes, gerenciamento de crianças até um ano de idade, equipe especialista em análise do comportamento e desenvolvimento infantil, escritório de projetos e Núcleo de Inteligência e Informação em Saúde (NIIS).

Na segunda etapa do projeto, eles realizaram uma análise minuciosa da base de dados de utilização dos beneficiários em terapias especiais a fim de identificar qual a trajetória assistencial “padrão” de pacientes com diagnóstico de TEA. “Para, então, estruturar alertas no sistema a partir do perfil de utilização de exames e procedimentos específicos à condição analisada”, esclarece o analista de ATS.

Atualmente, eles contam que estão na terceira fase do projeto, que incide em incorporar nos Programas de Atenção à Saúde da Federação já existentes um modelo para as intervenções dos pacientes diagnosticados precocemente. “A proposta é realizar acompanhamento e monitoramento via telefone, avaliações com especialistas, visitas e intervenções em domicilio”. As práticas para as intervenções são baseadas na ciência da Análise Comportamental Aplicada ou Applied Behavior Analysis (ABA).

Além do acolhimento a essas crianças por meio do monitoramento, a ideia é, também, oferecer programas de treinamentos para os pais. De acordo com Luciana, isso tudo visando um acompanhamento antecipado. “Pensamos então em uma linha de cuidado onde possamos observar e intervir, já quando é verificado algum sinal de atraso no desenvolvimento. E, principalmente caminharmos com os pais nesse processo, com apoio e treinamento, para que, dessa forma, eles entendam que são parte fundamental no processo de tratamento do seu filho”, completa Luciana.

Futuro da Inovação: Programa Ideia em Ação

O projeto Sinais foi um dos destaques da edição de 2020, ficando com o segundo lugar. Luciana, apesar de saber do esforço que ambos empregaram na construção desse projeto, não imaginava tamanho reconhecimento.

“Estamos felizes e trabalhamos todo esse tempo com a certeza de que o Projeto Sinais terá um impacto positivo na evolução dos beneficiários dentro do Transtorno do Espectro Autista”, confirma.

O Programa Ideia em Ação, desenvolvido pela Unimed Paraná, tem como objetivo fomentar e apoiar a implementação de iniciativas diferentes em prol do futuro da inovação.

Espectro Autista no Brasil

No Brasil, estima-se que existem 2 milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). No entanto, esse número pode ser ainda maior, visto que pela primeira vez o assunto será tema de perguntas registradas pelo Censo 2022, que iniciou sua pesquisa em agosto deste ano.

Conforme a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o TEA é um transtorno de desenvolvimento neurológico, que caracteriza dificuldades na comunicação e na interação social e pela presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritos.

O TEA é um transtorno permanente e não possui cura. No entanto, com diagnóstico precoce, o paciente pode apresentar um prognóstico diferente do inicial e suavizar os sintomas. Para a SBP, o impacto econômico tanto na família quanto no país pode ser alterado por meio de uma intervenção precoce intensiva e baseada em evidência científica.

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