O futuro do cooperativismo médico, segundo o presidente da Unimed do Brasil

Em momentos de crise e cenários complexos vividos pela saúde suplementar, a sustentabilidade e a resiliência do cooperativismo se destacam

cooperativismo
(Foto: Ilustração/Freepik)

Fundada em 28 de novembro de 1975, a Unimed do Brasil é a representante institucional das cooperativas Unimed. Tem entre suas funções ser guardiã da marca, sendo responsável pela reputação do Sistema. Dessa forma, “leva pleitos e contribuições aos poderes públicos, órgãos reguladores e entidades do setor de saúde, propagando as melhores práticas na busca por gestões cada vez mais transparentes, éticas e legalistas”, como consta entre suas atribuições.

Segundo Omar Abujamra Junior, presidente da Unimed do Brasil, ao refletir sobre desafios atuais e futuros, um tema que vem sendo bastante explorado nos eventos organizados pelas cooperativas é o fato de que existem algumas importantes missões no Sistema Unimed. Uma dessas missões é a reaproximação das novas gerações de médicos. Abujamra entende que tornar o cooperativismo uma opção contemporânea e atrativa para as atuais e futuras gerações de médicos é uma meta fundamental para o Sistema.

Leia também: Filmes sobre cooperativismo: confira 9 opções para assistir

O presidente acredita que está nas mãos do Sistema “conectar-se com as novas gerações e oferecer recursos para prepará-las, tanto na perspectiva da qualidade médica – a boa medicina -, em modelos que priorizem uma lógica assistencial mais efetiva e sustentável, quanto na perspectiva da educação cooperativista”, defende.

Abujamra lembra que a Unimed “é um ecossistema preparado para integrar novos profissionais e atuar como espaço formador: seja na rede de hospitais próprios certificados, como campo de residência médica, seja na faculdade Unimed, por meio de pós-graduação, cursos corporativos e de extensão, entre outros”.

Esse espaço rico faz parte do modelo cooperativista. O único do mercado capaz de proteger e valorizar o ato médico, preservando níveis de autonomia e influência na gestão do processo assistencial. “Enquanto a concorrência contrata médicos para cumprir uma carga horária definida e limita a prática visando primordialmente o controle da sinistralidade, o Sistema Unimed dá aos médicos o poder de decisão enquanto sócios, membros das cooperativas.”

O papel da Unimed do Brasil é “assegurar a governança sistêmica, o direcionamento estratégico, a identidade cultural e os valores da marca Unimed, apoiando as Federações e as Singulares na materialização dos ideais do Sistema Unimed junto aos clientes”, como, também, consta em suas prerrogativas. O que vai ao encontro de seu propósito: “promover saúde e qualidade de vida em nossas cidades, por meio do cooperativismo médico e do conhecimento em saúde, para que o maior número de pessoas possa viver mais e melhor”.

IMG_0485
Abujamra: as oportunidades do ecossistema de negócios Unimed são extremamente diversas (Foto: Reprodução/Unimed do Brasil)

Conforme o presidente da Unimed do Brasil, “fortalecer a relação com os cooperados cria um círculo virtuoso, que contribui para a geração de resultados em nossas cooperativas”. Para isso, Abujamra defende que, continuamente, são necessários “modelos de valorização que se deem de forma sustentável e tragam segurança e proteção social para o futuro dos médicos, inclusive no momento de encerrar sua trajetória no cooperativismo”.

O modelo cooperativista busca sempre o ganha-ganha. E uma forma de se conseguir isso é o aprimoramento constante da governança, de modo a tornar a tomada de decisão e a responsabilização mais horizontalizadas, colaborativas e compartilhadas. “É fundamental, ainda, inovarmos em modelos de governança clínica, que respeitem a autonomia e sejam capazes de promover a organização do cuidado por meio de protocolos e diretrizes, sistemas de informação integrados e linhas de cuidado”, avalia Abujamra.

Para o presidente da Unimed do Brasil, é importante fortalecer os mecanismos sistêmicos para identificação das fontes de ineficiência, desperdício e distorções na cadeia de valor, passando por uma repactuação com os cooperados sobre seu papel nesse cenário. “O modelo do negócio cooperativista e a centralidade na pessoa do médico são grandes forças nossas – e temos de comunicar, de forma mais assertiva, esses nossos diferenciais a todo o mercado. Especialmente porque, em ambientes tensionados e de forte crise, historicamente, as cooperativas têm sido as que mais apresentam resiliência e capacidade de superação”, avalia.

Em seu DNA, o Sistema Unimed também carrega uma vocação inovadora. Entretanto, de acordo com Abujamra, é necessário potencializar essa vocação e disseminar ainda mais a cultura da inovação, incentivando o protagonismo de médicos-cooperados e colaboradores.

“As potencialidades e oportunidades do ecossistema de negócios Unimed são extremamente diversas. Uma de suas forças reside justamente nessa diversidade de arranjos”, defende Abujamra. Por isso, não se trata de criar uma receita única e aplicá-la sem considerar as diferentes configurações dos mercados regionais e os níveis de maturidade na gestão e na governança de cada cooperativa. “Nosso compromisso é com o desenvolvimento de direcionadores estratégicos que contribuam para organizar processos de verticalização, pactuação com a rede credenciada, consolidação de operações, inovação de modelos assistenciais, integração tecnológica e captura de eficiência.”

SHARE