“O que é ser médico hoje?” Confira o sexto episódio

Ser médico
(Foto: Reprodução/Assessoria de Imprensa)

Acompanhe o sexto episódio da série “O que é ser médico hoje?”. O convidado é o médico da família, Rodrigo Cechelero Bagatelli

A Revista Ampla iniciou, no dia 18 de outubro, uma série sobre O que é ser médico hoje. Com um episódio por mês, a série vai ouvir médicos durante um ano, e o material será aproveitado para um documentário sobre o mesmo tema.

Clique aqui e confira o quinto episódio da série

A ideia é discutir os caminhos, as transformações e o que é perene nessa profissão tão impactante para todos nós, uma vez que carrega em si um objetivo ímpar, o cuidado com a vida, a começar pelo compromisso assumido pelo médico ao término de sua formação acadêmica – o famoso juramento de Hipócrates.

Neste sexto episódio, o entrevistado é o médico da família, Rodrigo Cechelero Bagatelli. Confira!

Vocação que começou na adolescência

“Cuidar das pessoas sempre vai ser o melhor. É quando a gente executa a nossa melhor habilidade e tem o melhor retorno”. Este é o entendimento do papel do médico para Rodrigo Cechelero Bagatelli. Ele encontrou a vocação ainda menino e, após passar em frente ao prédio do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná disse a si mesmo: “Eu vou estudar aqui. Eu vou ser médico aqui”.

Dois dias após se graduar, Bagatelli já estava trabalhando numa unidade de saúde no interior do Paraná. “Eu acordava todo dia muito feliz. Pegava a minha bicicleta, eu ia de bicicleta para o trabalho, conhecia todo mundo, participava da vida da comunidade. Eu me integrei à comunidade”, relembra.

Casado com uma médica, retornaram à Curitiba onde ele fez residência em Medicina de Família e Comunidade. Sempre foi a sua verdadeira vocação. Se na relação médico-paciente a criação de vínculo e confiança é fundamental, para esta especialidade ela se torna ainda mais relevante.

“Você cuida do pré-natal da mulher, você vê o bebê nascer e depois você cuida dessa criança, do desenvolvimento dela, nas crises e nos dramas eles se apoiam em você e você vê que faz parte de um importante recurso dessa família para que eles possam resolver seus problemas de saúde”, analisa.

Rodrigo lembra dos partos realizados e também de ter presenciado a morte de alguns pacientes. Tanto numa situação como outra, a emoção dos familiares estava presente. Coube a ele ser o amparo técnico, científico, mas também humano nesses momentos tão díspares da vida.  “Entre o nascer e o morrer, entre os extremos da vida, entre todo esse cuidado que a gente presta, a gente não nega a nossa própria humanidade. A gente usa ela a favor do paciente.”

Ele cita a pandemia como um momento fundamental do exercício da medicina de família. “Nós curamos muita gente, muita gente”. E reconhece a importância e necessidade da telemedicina. “Ela veio numa hora que a gente precisava para justamente resolver esse dilema de estar distante fisicamente da pessoa, mas estar perto.” Ele faz, porém, um alerta: “as especialidades que lidam com cuidado, que lidam com vínculo, vão começar a ser mais valorizadas porque as máquinas não nos dão satisfação emocional e afetiva.”

Com 20 anos de experiência, ele vê o futuro da medicina com certo cuidado. Garantir o acesso à informação é algo que pode ser muito positivo para os médicos, segundo ele. Porém, ressalta o excesso de exposição nas redes sociais para os recém-formados. “Quanto mais exposição, por mais ridículo que seja, mais esse médico parece ganhar dinheiro, parece ter sucesso. Hoje em dia eles veem um vídeo no tik tok e falam ‘isso aqui é um exemplo para ser seguido, para poder receber mais likes e assim receber mais gente no meu consultório’ e cobrar às vezes por consultas que prometem coisas que infelizmente são impossíveis”.

Bagatelli fez mestrado, deu aulas, envolveu-se com pesquisa. Tudo voltado para a medicina de família e comunidade. Quando olha a trajetória construída, sente mais que orgulho e satisfação. “Claro que eu faria algumas edições no filme da minha vida, mas é uma história de muitas realizações. Quando eu encerro um atendimento, o que me alegra é eu ter a certeza de que eu fiz o melhor para o paciente e que aquela relação terapêutica foi boa para ele e para família. É saber que as pessoas estão indo bem comigo”, finaliza.

Confira todos os episódios:

#1 Alexandre Gustavo Bley

#2 Jackson Prochmann

#3 Julia Lopes

#4 Katerin Martins Demozzi

#5 Cátia Sperka Furlan

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