Verão aumenta incidência de pedras nos rins, alerta SBU

Pedras nos rins
(Foto: Ilustração/Pixabay)

O aumento da transpiração devido às temperaturas elevadas, unido à falta de hidratação, faz com que incidência de pedras nos rins aumente em 30% no verão, quando comparado a outras épocas do ano. O alerta, feito pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) nesta semana, traz orientações sobre como manter a hidratação e estar atento aos sinais que o corpo pode dar de uma possível alteração.

Dicas de saúde: como manter o bom funcionamento dos rins

O coordenador do Departamento de Endourologia e Calculose da SBU, Ernesto Régio, destaca cinco os pilares para prevenir a formação de cálculos e, principalmente, para impedir que as pedras já existentes aumentem. Em entrevista à Agência Brasil, o médico disse que o primeiro, “e talvez o mais importante”, é manter uma hidratação abundante. “Qualquer líquido que o paciente tome é sempre favorável. Os sucos de frutas cítricas são os melhores, porque, além da hidratação, têm o citrato (elemento protetor), um componente que diminui a formação de novos cálculos”, diz.

Outro pilar é a redução do consumo de sódio (sal de cozinha), seja o produto do saleiro ou o da comida industrializada. A pessoa precisa também ter bom senso com o consumo de proteína animal e de produtos lácteos. Ernesto Régio recomendou ainda a prática de atividades físicas regulares e que a ingesta de líquidos seja bem distribuída ao longo do dia.

Bebidas negativas

Sobre os chás, o médico ressaltou que nem todos são positivos. Os escuros, principalmente, contêm oxalato, um dos principais componentes dos cálculos renais. Ele chamou a atenção também para o fato de algumas águas com gás “terem na sua concentração uma espécie de sódio, que piora o benefício da hidratação”.

Régio disse que é preciso ficar atento, mas sem exageros no cuidado, e observou que esse tipo de orientação vale a pena, se houver um líquido mais saudável. A SBU informou também que café, bebidas alcoólicas e refrigerantes, sobretudo à base de cola, quando consumidos frequentemente, podem levar à formação de cálculos.

Hidratação

Especialistas relembram que o ideal é consumir de dois a três litros de água por dia, mas alguns fatores devem ser levados em consideração para o ajuste à realidade do paciente. A SBU citou a constituição física (peso, altura, percentual de gordura corporal) e outras formas de perda de líquidos como respiração ou suor, que podem ser decorrentes do clima ou atividades físicas.

A urina tem que estar sempre bem clara, conforme o urologista Fábio Sepúlveda, também membro do Departamento de Endourologia e Calculose da SBU. “Se não houve o consumo de algum alimento ou substância que possa mudar a cor da urina, a tonalidade ideal é transparente, incolor, como a água potável. A progressão para uma tonalidade amarelada ou alaranjada é um sinal de concentração e geralmente indica que o volume de líquido ingerido está baixo”.

Vitaminas

Ernesto Régio advertiu ainda sobre o aumento do uso de vitaminas C e D nesse período de pandemia, para aumentar a imunidade contra a Covid-19. De acordo com o médico, há “um pouco de exagero”. A vitamina C tem que ser bem dosada, para evitar a formação de cálculos. No caso da D, que não é eliminada facilmente, existe risco de a pessoa ter hipervitaminose D, com todas as suas consequências.

A SBU alerta que o uso de tais vitaminas de forma indiscriminada e sem orientação médica pode ser tóxico e levar a complicações, produzindo altos níveis de cálcio no organismo, no caso da vitamina D, ou acidificar demais a urina, precipitando cristais, no caso da C, sendo fatores de risco para a formação de pedras nos rins.

Fonte: Agência Brasil

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