Sobrecarga ocasionada pelo excesso de videoconferências impulsionou mudança que visa promover a saúde mental dos colaboradores
Que atire a primeira pedra quem, nesses quase dois anos de pandemia e distanciamento social, não se estressou ao ver mais uma reunião virtual agendada no calendário! É indiscutível o fato de a tecnologia ter sido a maior aliada de todos nós durante esse período, pois foi por meio dela que pudemos nos manter conectados e próximos daqueles que amamos e, ainda, continuar realizando encontros de trabalho e reuniões importantes. Porém, no meio do caminho, as videoconferências começaram a se acumular e a tomar um tempo que, antes da pandemia, costumava ser de planejamento ou descanso.
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Conforme uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), entre agosto e novembro de 2020, 56,1% dos pacientes se queixaram aos seus respectivos psiquiatras, em algum momento, sobre o excesso de videoconferências realizadas no ambiente de trabalho. O fenômeno foi chamado de “fadiga do zoom”, e mostra como o uso das tecnologias acabou por sobrecarregar os profissionais, que precisaram buscar ajuda para conseguir lidar com o problema.
Assim como diversos “efeitos colaterais” causados pela pandemia, essa forma de pensar o trabalho também é uma novidade para todos – diretores, gestores e colaboradores -, que pouco a pouco têm encontrado a melhor maneira de administrar o tempo e o uso das novas ferramentas. Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da ABP, Antonio Geraldo da Silva, pontua que o home office imposto pelo período pandêmico fez com que os horários rotineiros fossem rompidos. “É uma situação nova, é um fato novo. Mas estamos percebendo que há um cansaço das pessoas em usar a videoconferência, porque ela retira de você toda privacidade, aumenta sua carga de trabalho e sua carga de descanso fica comprometida e isso é, realmente, adoecedor”, diz.
Nosso novo jeito de fazer reuniões
Essa sobrecarga também foi sentida pelos gestores e colaboradores da Unimed Paraná que, como acontece em todo o mundo, precisaram se adaptar à essa nova maneira de realizar o trabalho – mesmo que à distância. O excesso de videoconferências, agendadas em horários que antes eram destinados ao planejamento e à execução de projetos, passou a tumultuar o cotidiano dos profissionais, além de aumentar o cansaço em frente às telas e alterar horários pré-estabelecidos, como a entrada e a saída do trabalho e, em algumas vezes, até mesmo o almoço.
Pensando nisso, a equipe da Secretaria Executiva da cooperativa, liderada pelo coordenador Clayton Junior Dias, construiu, em conjunto com a diretoria, uma série de orientações e normas para melhorar a forma de realizar as videoconferências. Intitulada “nosso novo jeito de fazer reuniões”, o conjunto de propostas foi implementada em julho, como forma de prezar pela saúde mental dos colaboradores, evitar essa sobrecarga e, ainda, garantir.
Com exceção de reuniões institucionais, colaboradores, gestores e dirigentes não podem mais agendar reuniões no período entre 12h e 14h e após as 18h, diariamente; nas segundas-feiras, entre 8h e 14h; e nas sextas-feiras, das 14h às 18h.
Além disso, também são sugeridas a adoção das seguintes boas práticas no momento de realizar as reuniões:
- Estipule pausa de ao menos 10 minutos entre uma reunião e o outro compromisso;
- Estipule intervalo de até 15 minutos para reuniões, treinamentos e encontros, inclusive virtuais, com mais de 3 horas de duração;
- Informe claramente oassunto, objetivo (discutir/apresentar/decidir), duração, participantes obrigatórios e participantes opcionais na reunião.
Alinhada ao Jeito de Cuidar, a ação visa promover o bem-estar dos colaboradores, com foco na saúde, no descanso e na redução do desgaste mental.